Decreto Tajani e a nova lei de cidadania italiana

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Imagine começar o dia com um espresso em pé no balcão de um café em Florença, caminhar sem pressa pelas ruelas de uma vila toscana e terminar brindando com um bom vinho ao pôr do sol. A Itália encanta por suas paisagens, sabores e — claro — pelas histórias de família que ecoam nas gerações de seus descendentes.

E foi justamente pensando nessas histórias que muita gente ficou em alerta com uma recente mudança nas regras para o reconhecimento da cidadania italiana por descendência. O governo italiano aprovou o chamado Decreto Tajani (Decreto-Lei 36/2025), e isso mexeu diretamente com o sonho de milhares de brasileiros.

Mas o que exatamente mudou?

O que diz o novo decreto?

A nova legislação determina que a cidadania italiana por descendência (jus sanguinis) passa a ser reconhecida apenas para:

  • Filhos de italianos;
  • Netos de italianos

Ou seja: se o seu bisavô nasceu na Itália, mas o seu avô e o seu pai já nasceram no Brasil, você pode não ter mais direito automático à cidadania, como antes era possível. Essa limitação geracional exclui os chamados “trinetos” e gerações mais distantes do processo direto de reconhecimento.

Além disso, outro ponto importante: o italiano que originou o direito (o ascendente) precisa ter mantido apenas a cidadania italiana até o falecimento. Quem se naturalizou brasileiro, por exemplo, pode ter rompido essa linha de transmissão.

E quem já iniciou o processo?

Se você já deu entrada no seu pedido de reconhecimento da cidadania antes de 27 de março de 2025, fique tranquilo. A nova lei não tem efeito retroativo — ou seja, esses processos continuam valendo pelas regras anteriores.

Uma conexão que vai além dos documentos

É claro que essa notícia deixou muitos ítalo-brasileiros surpresos, e até um pouco frustrados. Afinal, o reconhecimento da cidadania italiana é, para muitos, mais do que um direito legal — é uma forma de se reconectar com suas origens, honrar os antepassados e se aproximar da cultura italiana.

Mas aqui vai uma reflexão: a italianidade não está só nos papéis. Ela está na mesa de domingo com macarronada da nonna, no hábito de falar com as mãos, no café forte e rápido, nas festas de família barulhentas, no amor pela boa comida e pelas pequenas grandes coisas da vida.

Mesmo com novas regras, a Itália segue viva dentro de quem a carrega no coração — e nas tradições de casa.

E agora?

A recomendação para quem ainda deseja buscar a cidadania italiana é se manter informado e procurar orientação especializada para entender cada caso. Mas acima de tudo, manter viva a conexão com a cultura, a língua e as raízes que nos ligam à Itália.

Porque, no fim, ser italiano também é um sentimento.

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